A origem da Igreja de Rio Tinto encontra-se no antigo Mosteiro de São Cristóvão de Rio Tinto, que aqui terá existido entre o séc. XI ao séc. XVI. O edifício que hoje vemos é o resultado de uma antiga Igreja datada do séc. XVIII sujeita a várias remodelações, ao longo dos tempos.
Toda ela é revestida a azulejos azuis e brancos, com motivos geométricos, florais e azuis, da fábrica Carvalhido, colocados em 1937. Na fachada principal é possível observar as imagens de Nª Sª do Rosário de Fátima, S. Cristóvão, S. Bento e Santo António de Lisboa. No lado Norte da torre sineira uma imagem de D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, enquanto do lado oposto, na torre sineira Sul, temos a imagem de Santa Mafalda, com a inscrição: “Filha de D. Sancho I, rei de Portugal, falecida no extinto convento das religiosas de S. Bento de Rio Tinto a 1 de Maio de 1256”.
O carrilhão foi executado na já extinta Fundição de Sinos de Rio Tinto. Os 17 sinos com um peso total de quatro toneladas foram transportados para a Igreja em 18 carros de bois, a 25 de Maio de 1947.
No interior da igreja destaca-se o belo altar-mor de talha dourada e o arco cruzeiro. Ao centro, o sacrário encimado pelo Agnus Dei. Este género de sacrário é muito raro na Península Ibérica, tendo quatro portas com painéis representativos de fases da vida de Jesus Cristo, assentes numa base giratória, permitindo alternar as portas de acordo com o calendário litúrgico.
No imponente altar-mor salienta-se um trono do Santíssimo, com quatro andares, no cimo dos quais assenta uma cruz com resplendor. Ladeando o corpo central do altar e num plano intermédio, entre o torno e o sacrário, há dois nichos com S. Cristóvão (do lado do Evangelho) e Santo António (do lado da Epístola).
Chegados ao arco cruzeiro observamos o dossel de talha, tendo ao centro um medalhão rematado por uma coroa. Neste medalhão vê-se o símbolo heráldico dos beneditos. A ladear o arco cruzeiro estão dois altares encimados por dois dosséis de talha dourada. Do lado do Evangelho, o da Santíssima Trindade e no nicho inferior uma graciosa imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lado da Epístola está o altar de Nossa Senhora do Rosário, no nicho inferior a imagem do menino Jesus de Praga.
Descendo a nave temos mais dois altares. Do lado do Evangelho, o altar das Almas com soberbos pormenores de talha dourada e uma pintura, ao centro, com a imagem de São Miguel Arcanjo. Do lado da Epístola o altar de Nossa Senhora das Dores e do Senhor Morto.
Os altares mais próximos da entrada principal são os mais recentes, tendo sido acrescentados em 1935, dedicados à Nª Sª de Fátima e ao Sagrado Coração de Jesus. São altares mais modernos e modestos na sua decoração, mas integram-se na estética geral da igreja.
Ao centro do batistério, a pia batismal de granito, em forma de grande cálice. Esta pia batismal foi recuperada e deve ter pertencido à igreja primitiva. No lado oposto ao batisfério, numa grande vitrina podemos contemplar uma última imagem, a Nossa Senhora da Soledade que é muito venerada em Rio Tinto.
Filipe Correia
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