Terminada a Maria da Fonte, revolta popular que em abril de 1846 foi o preâmbulo de uma guerra civil anunciada, em outubro de 1846 o Duque de Saldanha encabeçava um golpe palaciano e tomava o poder pela via das armas. A demissão de Saldanha foi imediatamente exigida por grupo de homens liderados por José da Silva Passos e pelo Conde das Antas, que formaram um governo paralelo denominado Junta Provisória do Supremo Governo do Reino. A Junta do Porto constituiu exércitos onde congregava setembristas, miguelistas e cartistas dissidentes. Contava com o apoio popular e ameaçou seriamente o poder das instituições nacionais e da Rainha D. Maria II. Era a Guerra Civil da Patuleia.
Ao abrigo da Quadrupla Aliança, protocolo assinado em 1834 entre Portugal, Espanha, França e Grã-Bretanha, tropas espanholas entravam em Portugal e a Marinha Real Britânica ocupava os principais canais fluviais e marítimos.
O poderio militar dos estrangeiros rapidamente suplantou os exércitos revoltosos. Uma série de reuniões entre os chefes militares ocorreram para se chegar ao fim da guerra civil. Nas reuniões finais em Gramido estavam presentes; o General César de Vasconcelos e o Marquês de Loulé como representantes da Junta do Porto, o General D. Manuel de La Concha e o Coronel Senen Buenaga como representantes de Espanha, o Coronel W. Wylde da Grã-Bretanha e M. de Nujac da França. Foi então assinada em Gramido, na Casa Branca, a convenção que celebrou a paz a 29 de junho de 1847, redigida por António Augusto Teixeira de Vasconcelos. Este documento acabou com o último cerco internacional à cidade do Porto.
No dia 30 de junho de 1847 o exército expedicionário espanhol tomava o Porto, seguido dos militares fiéis à Rainha, comandados pelo Marechal Saldanha. A Junta do Porto foi derrotada e dissolvida. Acabava a Patuleia e os seus oito meses de duração assinalaram a última guerra civil em solo português.
Rui Pais
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